Em um marco importante para a medicina regional, o Hospital Unimed Piracicaba realizou captação de órgãos adulto – coração, rins, fígado e córneas, destacando a relevância deste procedimento para a vida de milhares de brasileiros que esperam por um transplante.
“Não é um momento fácil para quem perde um ente querido, mas uma oportunidade para aqueles que esperam por um novo jeito de viver ”, disse Carlos Joussef, presidente da Cooperativa, que mantém na unidade médica a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos Transplantados (CIHDOTT).
A captação aconteceu após a família do paciente, que teve o diagnóstico de morte encefálica, conceder autorização para a doação de órgãos. A equipe multiprofissional do HU trabalhou para viabilizar o processo, que envolveu profissionais especializados, equipamentos de última geração e logística adequada para garantir que os órgãos fossem preservados e transportados de forma segura. O procedimento durou cerca de 3 horas.
De acordo com a enfermeira Jane Pereira, responsável técnica do complexo hospitalar, a delicadeza e empatia dos profissionais foram essenciais para acolher familiares, além de oportunizar a renovação da esperança por meio da doação de órgãos.
“Com profissionalismo e sensibilidade, nossa equipe esclareceu os procedimentos e benefícios da doação e, em uma atitude solidária, os responsáveis pelo paciente consentiram a doação. Essa atitude possibilitará o reestabelecimento da saúde de pelo menos seis pessoas”, revelou.
Joussef completou, ainda, que o procedimento bem-sucedido é resultado do esforço conjunto de uma equipe multidisciplinar focada, que contou com o apoio da família do doador e de profissionais comprometidos em promover a saúde e o bem-estar de beneficiários.
“A expectativa é que, com esse exemplo, outras famílias se sintam encorajadas a realizar a doação de órgãos, impulsionando o número de transplantes e reduzindo o número de pacientes na fila de espera”.
Desde 2016, o HU desenvolve o processo de captação e doação de órgãos e tecidos, em parceria com a Organização de Procura de Órgãos (OPO), da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Neste período, a instituição médica já abriu mais de 30 protocolos de morte encefálica.
“Contamos com uma equipe de neurocirurgiões e enfermeiros, além do apoio do departamento de psicologia para abordagem familiar, sensibilização e captação de novos doadores”, finalizou o dirigente.
TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS NO BRASIL
O Brasil tem o maior programa público de transplante de órgãos, tecidos e células do mundo e o Sistema Único de Saúde (SUS) é responsável pelo financiamento de cerca de 95% dos transplantes no país, segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos. Segundo dados do Ministério da Saúde, mais de 60 mil pessoas aguardam a doação de um órgão.
Campanhas no País promovem a conscientização da sociedade sobre a importância da doação. Este ano, o movimento teve como objetivo estimular as pessoas a conversem com seus familiares e amigos sobre o assunto, manifestando o desejo da doação.
Nesta corrente, a Unimed Piracicaba apresentou, em outubro, espaço conceito, no Shopping Piracicaba, que incentivou o ato que salva vidas – a doação de órgãos. Com distribuição de informativos, pulseiras e adesivos, a iniciativa contou com apoio da equipe de enfermagem da UTI Adulto do complexo hospitalar.
Foto: Unimed Piracicaba
Legenda: Médicos que captaram órgãos com a enfermeira Jane Pereira, escoltados pela Polícia Militar, no Aeroclube